domingo, 27 de setembro de 2009

Quem tem medo do MST?

PT sempre 13!
Trabalho,Terra e Liberdade
Quem tem medo do MST? - EDITORIAL 25 de setembro




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Quem tem medo do MST?

Editorial, Jornal do Brasil


RIO - A possibilidade de criação no Congresso Nacional de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o uso de verbas do governo pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) traz ao debate público uma questão de fundo mais importante que é o próprio significado do MST para a sociedade.

Ao mesmo tempo em que é incensado por alguns como a quinta coluna da vitalidade dos movimentos sociais, recebendo apoio de intelectuais brasileiros e estrangeiros de peso, como o americano Noam Chomsky, o MST foi colecionando ao longo dos anos detratores e inimigos ferrenhos, não só entre os grandes proprietários de terra mas também em setores de classe média dos centros urbanos.

A antipatia nacional ao MST tem sido estimulada, em boa parte, pela cobertura negativa de parcela considerável da imprensa, que frequentemente enquadra as ocupações somente pelo ângulo da lei e da ordem (essencial para o estado de direito desejável) e ignora outra natureza, como a aceitação da existência de um conflito em torno da função social da terra.

Como quase todas as complexas questões que envolvem a realidade brasileira, preferir os extremos e ignorar os matizes é a pior saída para entender as mazelas nacionais e suas soluções. Em se tratando de movimentos sociais (sem-terra, sem-teto e congêneres incluídos), o equívoco costuma produzir desvios de análise.

O movimento é amplamente criticado, e em muitos de seus erros a parte é confundida com o todo. E convém admitir que o MST está longe de ser infalível. É o caso de integrantes que, sem qualquer identificação com a causa, entram no movimento e vendem seu pedaço de terra tão logo o tenham conquistado. A pecha de baderneiros é reforçada pelas imagens dos confrontos com fazendeiros e com a polícia, dos quais extraem-se conclusões maniqueístas sobre quem são mocinhos e vilões.

O Brasil precisa dar-se conta das raízes históricas da concentração da terra, que faz com que, segundo dados do IBGE, 1% dos proprietários privados detenha 56% das terras agricultáveis do país. Longe da reversão, o predomínio dos latifúndios tem se intensificado com a compra de extensas faixas de terras por estrangeiros. O modelo do agronegócio exportador, pela alta capacidade de gerar lucros, se estabelece, sem que seus efeitos colaterais sejam levados em consideração. Mas a concentração de terra tem consequências sociais, econômicas e ambientais. Implica dificuldade de subsistência dos pequenos agricultores, degradação do meio ambiente provocada pelas monoculturas extensivas e uso intensivo dos recursos naturais como a água.

Além disso, historicamente, a ampliação da agricultura comercial – a exemplo dos enclosures (ou cercamentos) do início da Revolução Industrial inglesa – está associada à expulsão da mão de obra do campo e ao êxodo rural, que inchou os centros urbanos. A base natural do pleito do MST, porém, não passa por reivindicações destas terras produtivas mas das improdutivas, que, segundo a Constituição, devem ser destinadas à reforma agrária.

Ou seja, a luta é justa. Aceitar esta conclusão, no entanto, não significa ignorar que certos pilares constitucionais – como o direito de propriedade – precisam ser rigorosamente seguidos pelos sem-terra. E há os equívocos, mas estes não devem justificar a virulência e a deslegitimizaçã o, por meio do MST, dos movimentos sociais como um todo.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Honduras: A Democracia Grita por Socorro

Por Robson Leite (*)

A semana iniciou-se com as atenções voltadas para Honduras. É lá, naquele pequenino país latino-americano, que se desenrola um episódio dramático: derrubado por um golpe militar com o apoio da burguesia local, o presidente eleito, Manuel Zelaya, retornou ao país e encontra-se refugiado na embaixada brasileira.

Terceira economia mais pobre das Américas, Honduras vive hoje um processo muito conturbado. Desde o golpe contra Zelaya, em 28 de junho, a resistência das forças democráticas e movimentos sociais se choca diariamente com a repressão da junta golpista. O uso da força e o desprezo pelos direitos humanos são flagrantes. São várias as denúncias de tortura e de violência desproporcional. Só nesses últimos dois dias já morreram duas pessoas assassinadas pela polícia. Além disso, o cerco à embaixada brasileira inclui os cortes de luz, água e suprimentos na casa.
Neste contexto, é preciso destacar dois aspectos fundamentais. O primeiro é justamente a utilização de Honduras como “balão de ensaio” para novos ataques à democracia na América Latina. E o segundo é justamente a postura da diplomacia brasileira e do governo Lula, apesar da cobertura no mínimo negligente da “grande” imprensa brasileira.

Nos últimos anos, assistimos a vitórias em série de forças progressistas no nosso continente. Esse processo é diretamente responsável pelo inédito aumento da inclusão social, pelo fortalecimento da participação popular e pela mudança do eixo de relação dos países – da subordinação aos interesses dos EUA para uma positiva integração da América Latina e dos países do hemisfério sul. Além disso, como o professor Emir Sader escreveu em seu mais recente livro, é na América Latina que hoje se desenvolve o principal foco de resistência e superação do neoliberalismo no mundo. O que, obviamente, desagrada às oligarquias e ao grande capital.

O golpe em Honduras, no momento em que o presidente convocava um plebiscito popular para aferir se a população desejava uma reforma constitucional, precisa ser compreendido nesse contexto. Se bem sucedido, servirá de combustível para um sem número de iniciativas golpistas visando à derrota e o retrocesso das experiências progressistas em nosso continente. Sua denúncia, portanto, é fundamental para a consolidação da democracia e dos direitos humanos.
É importante também salientarmos a postura do presidente Lula. Em todos os momentos, Lula denunciou o governo golpista de Honduras, defendeu a legitimidade do presidente eleito Zelaya e furou o cerco das notícias dos jornalões e TVs brasileiros, em geral simpáticos ao golpe e distorcendo as informações. A política externa brasileira atua de forma decisiva neste processo, construindo ações importantes. A utilização de nossa embaixada pelos 313 refugiados que acompanham o presidente Zelaya é uma demonstração de que o Brasil de fato não reconhece o governo golpista.

Enquanto isso, a mídia empresarial brasileira se limita a uma cobertura tendenciosa e hipócrita. Na impossibilidade de esconder a violência dos golpistas, desvia o foco para questões artificiais, como se o mais importante fosse saber se o Lula tinha ou não conhecimento da intenção de Zelaya de retornar ao país, e não o fato de que a maioria da população está mobilizada contra o golpe. O compromisso seletivo com a democracia virou a marca de um jornalismo panfletário e anti-esquerda, que ignora os fatos na construção das suas opiniões. A alternativa para buscarmos informações é a internet, onde podemos ver com fartura de detalhes a truculência dos golpistas, que inclusive usam estádios de futebol como prisão de manifestantes, assumindo semelhanças dramáticas com o golpe chileno comandado por Pinochet.

Aguardamos atentamente o desfecho da crise hondurenha, torcendo por um desenlace favorável à democracia e ao povo. Mais do que nunca, precisamos manifestar nossa solidariedade ao presidente Zelaya e apoiar as iniciativas do governo Lula, para que à sombra das ditaduras militares, apoiadas pelos setores reacionários da sociedade, que macularam profundamente a história do nosso continente, permaneça uma página suja de sangue nos livros, e não se tornem novamente uma cruel realidade.

(*) Robson Leite é Professor Universitário,
Professor de Cultura e Cidadania do PVNC,
escritor e assessor de movimentos populares.PT sempre 13!
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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Reunião do Núcleo PT Jacarepaguá

***Em conversa com o companheiro Paulinho, pensamos da urgencia de nossa reunião. Pensamos a mesma para o dia 3 de outubro, as 16 no Rio das Pedras

-Discussao sobre a importancia da nossa zonal,aqui em Jacarepaguá

-A nossa Chapa para o PED

-A pauta consistira em discutir e explanar sobre o PED e bem como apresentar os nomes dos candidatos e bem como discutir as mesmas candidataçoes ,nas esferas Federal,Estadual e municipal. Cabera a nós termos a tarefa de nesta reunião, a grosso modo marcada para o dia 3 de outubro, levar os dados para assim expo-los

-Outro ponto em relaçao a militancia- filiaçao, formas de trazer ,aproximar as militancias de nossas areas de atuaçao para nosso nucleo


-O blog- toda militancia ,sejamos praticos necessita ser reconhecida. E de praxe sabermos da atuaçao de cada um de nossos companheiros nos campos para além do núcleo.Que tal compartir isto com todos nós,para sabermos nós disto e a outros também? Por assim inclusive faço em divulgar que nosso núcleo possui um BLOG, o unico do genero, e que muito bem a todos nós, em nossas trajetorias de partido , em espaços de divulgaçao poderiamos divulgar nosso blog onde inclusive poderiamos postar textos, algumas notas, enfim e mostrar, demarcar nossa existencia e mesmo propagandear nosso grupo

Quem tiver interesse em postar algo por favor entre em contato que postarei o material e claro dando creditos ao autor, e bem como, farei o convite aos interessados para serem colaboradores, a isto me refiro aos membros efetivos de nosso núcleo São Pedro em Jacarepaguá

http://nucleoptsaopedro.blogspot.com/

Att
Armando Aguiar.


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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

NOTA DO MST SOBRE CPI PROTOCOLADA NO CONGRESSO NACIONAL

em 16/9
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A força das nossas mobilizações e o avanço das conquistas dos trabalhadores Sem Terra causaram uma forte reação do latifúndio, do agronegócio, da mídia burguesa e dos setores mais conservadores da sociedade brasileira contra os movimentos sociais do campo, em especial o MST, principalmente por conta do anúncio da atualização dos índices de produtividade da terra pelo governo Lula.

Denunciamos que a CPI contra o MST é uma represália às nossas lutas e à bandeira da revisão dos índices de produtividade. Para isso, foi criado um instrumento político e ideológico para os setores mais conservadores do país contra o nosso movimento. Essa é a terceira CPI instalada no Congresso Nacional contra o MST nos últimos cinco anos. Além disso, alertamos que será utilizada para atingir os setores mais comprometidos com os interesses populares no governo federal.

A senadora Kátia Abreu (DEM-TO), os deputados federais Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS), líderes da bancada ruralista no Congresso Nacional, não admitem que seja cumprida a Constituição Federal de 1988 e a Lei Agrária, de fevereiro de 1993, assinada pelo presidente Itamar Franco, que determina que "os parâmetros, índices e indicadores que informam o conceito de produtividade serão ajustados, periodicamente, de modo a levar em conta o progresso científico e tecnológico da agricultura e o desenvolvimento regional".

Os parâmetros vigentes para as desapropriações de áreas rurais têm como base dados do censo agrário de 1975. Em 30 anos, a agricultura passou por mudanças tecnológicas e químicas que aumentaram a produtividade média por hectare. Por que o agronegócio tem tanto medo da mudança nos índices?

A atualização dos índices de produtividade da terra significa nada mais do que cumprir a Constituição Federal, que protege justamente aqueles que de fato são produtores rurais. Os proprietários rurais que produzem acima da média por região e respeitam a legislação trabalhista e ambiental não poderão ser desapropriados, assim como os pequenos e médios proprietários que possuem menos de 500 hectares, como determina a Constituição.

A revisão terá um peso pequeno para a Reforma Agrária. A Constituição determina que, além da produtividade, sejam desapropriadas também áreas que não cumprem a legislação trabalhista e ambiental, o que vem sendo descumprido pelo Estado brasileiro. Mesmo assim, o latifúndio e o agronegócio não admitem essa mudança.

Os setores mais conservadores da sociedade não admitem a existência de um movimento popular com legitimidade na sociedade, que organiza trabalhadores rurais para a luta pela Reforma Agrária e contra a pobreza no campo. Em 25 anos, tentaram destruir o nosso movimento por meio da violência de grupos armados contratados por latifundiários, da perseguição dos órgãos repressores do Estado e de setores do Poder Judiciário, da criminalização pela mídia burguesa e até mesmo com CPIs.

Apesar disso, resistimos e vamos continuar a organizar os trabalhadores pobres do campo para a luta pela Reforma Agrária, um novo modelo agrícola, direitos sociais e transformações estruturais no país que criem condições para o desenvolvimento nacional com justiça social.

SECRETARIA NACIONAL DO MST

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Lula e o Pré Sal (video)-O Petroleo é nosso!

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Assistam em:
http://www.youtube.com/watch?v=2mcbFAtuHno



Diante da mais importante descoberta de petróleo do mundo em anos, o governo brasileiro está buscando recuar de mais de uma década de cooperação estreita com as companhias de petróleo estrangeiras e controlar mais diretamente a extração.

A medida faz parte de um impulso nacionalista para aumentar os benefícios obtidos pelo país com seus recursos naturais e cimentar sua posição como potência global. Mas isso poderia retardar significativamente o desenvolvimento dos campos de petróleo, em um momento em que o mundo está à procura de novas fontes de energia, disseram analistas de energia e de risco.

Neste mês, o governo brasileiro disse que queria que a companhia nacional de petróleo, a Petrobras, controlasse todo o futuro desenvolvimento dos campos em águas profundas descobertos em 2007, que geólogos internacionais estimam poder conter dezenas de bilhões de barris de petróleo recuperáveis.
A mudança tornaria a Petrobras a operadora de 62% da nova área que ainda não foi licitada, restringindo as empresas estrangeiras ao papel de investidores financeiros. Isso limitaria a capacidade delas de ajudar a determinar o ritmo do desenvolvimento dos campos de petróleo, dando à Petrobras um maior poder para gerar empregos e conceder contratos lucrativos.

O petróleo se encontra sob cerca de 6 mil metros de água, areias em movimento e uma espessa camada de sal. Esta chamada região pré-sal, que se estende por centenas de quilômetros, é a maior reserva em desenvolvimento no mundo atualmente, especialmente dada a falta de acesso aos extensos depósitos do Iraque

O Brasil fez grandes descobertas de petróleo tardiamente em seu desenvolvimento econômico, contando assim com uma economia diversificada, o que ajudará a evitar o "mal holandês" da dependência de um recurso natural, que tem afetado várias das potências mundiais de petróleo, disse José Sérgio Gabrielli, o presidente da Petrobras.

"A Petrobras é muito grande", disse Gabrielli, "mas o Brasil é maior do que a Petrobras".

Ele disse que o nacionalismo que está borbulhando no momento "não é um nacionalismo contra os estrangeiros" , mas sim um debate sobre a velocidade do desenvolvimento, quem ficará com maior parte do fluxo de receita e quem se beneficiará da tecnologia e conhecimento relacionados.

Ainda assim, Gabrielli reconheceu que os ventos nacionalistas estavam começando a soprar de novo.


Com a bandeira verde e amarela do Brasil aberta sobre o palco, membros do sindicato dos petroleiros assistiram a um novo documentário aqui no mês passado, "O Petróleo Tem Que Ser Nosso - Última Fronteira". No filme, geólogos, líderes sindicais e até mesmo uma médica de 92 anos, Maria Augusta Tibiriçá, discutem como os novos campos poderiam gerar "trilhões de dólares" e transformar o futuro do Brasil.PT sempre 13!
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Nucleo Jacarepaguá -São Pedro-RJ do Partido dos Trabalhadores: Lula e o Pré Sal (video)-O Petroleo é nosso!

Nucleo Jacarepaguá -São Pedro-RJ do Partido dos Trabalhadores: Lula e o Pré Sal (video)-O Petroleo é nosso!

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assistam: http://www.youtube.com/watch?v=2mcbFAtuHno

Senador Paulo Paim -RS receberá medalha Tiradentes no Rio de Janeiro



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Caixa Preta / Livro-bomba acusa FHC

Mal chegou às livrarias e Quem pagou a conta? A CIA na guerra fria da cultura já se transformou na gazua que os adversários dos tucanos e neoliberais de todos os matizes mais desejavam. Em mensagens distribuída, neste domingo, pela internet, já é possível perceber o ambiente de enfrentamento que precede as eleições deste ano.
A obra da pesquisadora inglesa Frances Stonor Saunders (editada no Brasil pela Record, tradução de Vera Ribeiro), ao mesmo tempo em que pergunta, responde: quem "pagava a conta" era a CIA, a mesma fonte que financiou os US$ 145 mil iniciais para a tentativa de dominação cultural e ideológica do Brasil, assim como os milhões de dólares que os procederam, todos entregues pela Fundação Ford a Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do país no período de 1994 a 2002.

O comentário sobre o livro consta na coluna do jornalista Sebastião Nery, na edição deste sábado do diário carioca Tribuna da Imprensa. "Não dá para resumir em uma coluna de jornal um livro que é um terremoto. São 550 páginas documentadas, minuciosa e magistralmente escritas: "Consistente e fascinante" (The Washington Post). "Um livro que é uma martelada, e que estabelece em definitivo a verdade sobre as atividades da CIA" (Spectator). "Uma história crucial sobre as energias comprometedoras e sobre a manipulação de toda uma era muito recente" (The Times).

Dinheiro da CIA para FHC

"Numa noite de inverno do ano de 1969, nos escritórios da Fundação Ford, no Rio, Fernando Henrique teve uma conversa com Peter Bell, o representante da Fundação Ford no Brasil. Peter Bell se entusiasma e lhe oferece uma ajuda financeira de 145 mil dólares. Nasce o Cebrap". Esta história, assim aparentemente inocente, era a ponta de um iceberg. Está contada na página 154 do livro "Fernando Henrique Cardoso, o Brasil do possível", da jornalista francesa Brigitte Hersant Leoni (Editora Nova Fronteira, Rio, 1997, tradução de Dora Rocha). O "inverno do ano de 1969" era fevereiro de 69.

Fundação Ford
Há menos de 60 dias, em 13 de dezembro, a ditadura havia lançado o AI-5 e jogado o País no máximo do terror do golpe de 64, desde o início financiado, comandado e sustentado pelos Estados Unidos. Centenas de novas cassações e suspensões de direitos políticos estavam sendo assinadas. As prisões, lotadas. Até Juscelino e Lacerda tinham sido presos. E Fernando Henrique recebia da poderosa e notória Fundação Ford uma primeira parcela de 145 mil dólares para fundar o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) . O total do financiamento nunca foi revelado. Na Universidade de São Paulo, sabia-se e se dizia que o compromisso final dos americanos era de 800 mil a um milhão de dólares.

Agente da CIA

Os americanos não estavam jogando dinheiro pela janela. Fernando Henrique já tinha serviços prestados. Eles sabiam em quem estavam aplicando sua grana. Com o economista chileno Faletto, Fernando Henrique havia acabado de lançar o livro "Dependência e desenvolvimento na América Latina", em que os dois defendiam a tese de que países em desenvolvimento ou mais atrasados poderiam desenvolver- se mantendo-se dependentes de outros países mais ricos. Como os Estados Unidos. Montado na cobertura e no dinheiro dos gringos, Fernando Henrique logo se tornou uma "personalidade internacional" e passou a dar "aulas" e fazer "conferências" em universidades norte-americanas e européias. Era "um homem da Fundação Ford". E o que era a Fundação Ford? Uma agente da CIA, um dos braços da CIA, o serviço secreto dos EUA.

Milhões de dólares

1 - "A Fundação Farfield era uma fundação da CIA... As fundações autênticas, como a Ford, a Rockfeller, a Carnegie, eram consideradas o tipo melhor e mais plausível de disfarce para os financiamentos. .. permitiu que a CIA financiasse um leque aparentemente ilimitado de programas secretos de ação que afetavam grupos de jovens, sindicatos de trabalhadores, universidades, editoras e outras instituições privadas" (pág. 153).

2 - "O uso de fundações filantrópicas era a maneira mais conveniente de transferir grandes somas para projetos da CIA, sem alertar para sua origem. Em meados da década de 50, a intromissão no campo das fundações foi maciça..." (pág. 152). "A CIA e a Fundação Ford, entre outras agências, haviam montado e financiado um aparelho de intelectuais escolhidos por sua postura correta na guerra fria" (pág. 443).

3 - "A liberdade cultural não foi barata. A CIA bombeou dezenas de milhões de dólares... Ela funcionava, na verdade, como o ministério da Cultura dos Estados Unidos... com a organização sistemática de uma rede de grupos ou amigos, que trabalhavam de mãos dadas com a CIA, para proporcionar o financiamento de seus programas secretos" (pág. 147).

FHC facinho

4 - "Não conseguíamos gastar tudo. Lembro-me de ter encontrado o tesoureiro. Santo Deus, disse eu, como podemos gastar isso? Não havia limites, ninguém tinha que prestar contas. Era impressionante" (pág. 123).
5 - "Surgiu uma profusão de sucursais, não apenas na Europa (havia escritorios na Alemanha Ocidental, na Grã-Bretanha, na Suécia, na Dinamarca e na Islândia), mas também noutras regiões: no Japão, na Índia, na Argentina, no Chile, na Austrália, no Líbano, no México, no Peru, no Uruguai, na Colômbia, no Paquistão e no Brasil" (pág. 119).
6 - "A ajuda financeira teria de ser complementada por um programa concentrado de guerra cultural, numa das mais ambiciosas operações secretas da guerra fria: conquistar a intelectualidade ocidental para a proposta norte-americana" (pág. 45). Fernando Henrique foi facinho.




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