quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Começou a hora do show* Carnaval e pseudo Democracia racial

PT sempre 13!
Trabalho,Terra e Liberdade



Brasília, 20 de fevereiro de 2009

Em 2000, o cineasta afro-americano Spike Lee finalizou um dos seus filmes mais duros, A Hora do Show, em que satiriza a indústria cultural americana, através da crítica à representação dos negros num programa de TV. Infelizmente, a situação do Carnaval baiano permite analogia entre o branco pintado de negro em O cantor de jazz, filme citado por Lee em A Hora do Show, e os cantores e cantoras que, a partir da mimetização do imaginário, da fala, da criatividade visual, musical e rítmica de artistas negros baianos, se inserem na mídia e no mercado “pintados” de negros e negras da Bahia.

A renovação, atualização e releitura do Carnaval baiano apóiam-se fortemente na “africanização” da festa. A expressão visual, as roupas usadas no Carnaval e no cotidiano, a moda da rua, as gírias, as expressões artístico-culturais, a inventividade do negro e da negra são utilizados pelo mercado de “novidades” carnavalescas.

A reafricanização do Carnaval baiano se registra a partir dos blocos de índio, nos anos 70. É preciso lembrar que houve momentos de perseguição dos poderes públicos aos Apaches do Tororó e aos Comanches. A criação e resistência dos blocos de índios foram fundamentais para a etapa seguinte.

Em 1974, chega à avenida o Ilê Aiyê, depois vêm o afoxé Badauê, o Olodum, o Malê Debalê e, ao longo do tempo, em outras comunidades marcadamente negras e periféricas, vimos surgir Ara Ketu, Timbalada, Didá.

Estas e outras entidades, seja nas estampas, alegorias, repertórios ou musicalidade, bebem diretamente da fonte da África baiana, África recriada, imaginada, atualizada a partir de referências da juventude negra e do seu cotidiano nas periferias.
O fenômeno do enegrecimento do Carnaval encontra-se, hoje, noutro patamar.

De forma semelhante a outras manifestações originalmente referenciadas na cultura negra, o processo de inserção no mercado descaracteriza os produtos a partir da ressignificação e apropriação destas expressões artísticas por artistas e instituições não-negros, inclusive as públicas.

O Carnaval da Bahia pinta o rosto de negro, mas os espaços mais cobiçados e lucrativos, a exposição midiática privilegiada, o inegável resultado financeiro fica nas mãos e bolsos brancos ou quasebrancos.

A elite do mercado do Carnaval agiu rápida e lucrativamente ao explorar e incorporar o acervo negro baiano. A incorporação virou símbolo da Bahia e da propagada baianidade que seduz o Brasil e o mundo, através, principalmente, dos “pintados” de negro, uma mercadoria de forte receptividade, consumida com alegria pela indústria cultural e de turismo. Ao mesmo tempo, a maioria das mulheres e jovens negros cumpre papéis subalternizados na festa: comércio informal, cordas, coleta de latinhas e pets, refugos dos que pagam para usufruir da hora do show.


Em alguns casos, ainda, é preciso “embranquecer” o artista negro para ter sucesso. É preciso adotar práticas da elite do Carnaval baiano para “aparecer”: mudam-se os formatos dos shows, os locais dos ensaios, acrescentam-se elementos que representem diversidade racial, elitiza-se o produto para que ele seja melhor aceito pela mídia e pelo mercado. Alguns, que não aderem às práticas do Carnaval branco, são as exceções tão necessárias para tornar a festa ainda mais bonita e – aparentemente – legitimamente afrobaiana.

O desafio para os artistas negros e negras da Bahia é duplo: o primeiro, como todo artista, é estar atento e antenado para – a partir da arte – colocar o povo em suas obras; o segundo, mais cruel e oneroso, é ver sua originalidade reverter em ganhos para outros grupos, outras pessoas, ver sua obra obter espaços a partir de rostos “pintados” de negro.

Não é uma questão de cópia ou plágio.É algo que escapa da legislação de direitos autorais, é mimetização e ressignificação de um patrimônio imaterial, ao mesmo tempo individual e coletivo.

Embora não haja ilegalidade nessas práticas de apropriação, há a imoralidade, que produz a deslegitimação dos processos de organização e expressão cultural da juventude negra da Bahia.

Para nós, que vimos nascer, crescer e sobreviver a pulsante originalidade desta recriação da África na Bahia, nos resta usar a voz. A pergunta é: quem são as vítimas na hora do show ?

*Por Luiz Alberto - Deputado Federal (PT/BA), ex-secretário de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia
Fonte: Jornal A Tarde / Opinião - Página 3 - Publicado em 20 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O Bozo da Globo: Jabor, o ventríloquo de suas próprias tripas.

PT sempre 13!
Trabalho,Terra e Liberdade

O Bozo da Globo: Jabor, o ventríloquo de suas próprias tripas.


Arnaldo Jabor é um animal adestrado, com os olhos marcados de rímel, boca pintada por um leve batom cor de pele, que fala durante alguns segundos no Jornal da Globo, produz comentários radiofônicos desvairados e escreve sobre absolutamente tudo em artigos de, no máximo, sete parágrafos.

Ele convenceu-se que, por estar ali no olimpo das nulidades, tem um mandato para pronunciar-se em nome do “povo”. Na quinta-feira, 1 de Janeiro de 2009, escreveu um de seus textos exemplares e deu-lhe o nome de “Lula é difu”. Eivado de preconceito de classe, é um texto deprimente. E revoltante.

Ele inicia suas mal traçadas linhas desvencilhando- se da maioria do povo: “O presidente de vocês - daqueles que o elegeram, daqueles que compartilham a sujeira com ele, daqueles que o acobertam na mídia, daqueles que batem palmas, que se ajoelham, que se vergam em busca de recursos e desinformação, daqueles que lhe dão 70% de aprovação, chegou ao seu nível moral mais baixo, abaixo até do ponto de ebulição do álcool!”

"Vocês" somos nós, o povo, a ralé. Ele não faz parte dessa malta ignóbil. Ele compõe um outro grupo: as elites bárbaras que destruiram o país, que entregaram nossas riquezas, que destruiram o meio ambiente, que limitaram as liberdades políticas, que produziram o descalabro da desigualdade social e da violência.

O comentarista segue em sua sanha de tucano desencantado com a popularidade do operário presidente: “Nada está abaixo do Lula. O Lula do “sifu”, do “porra”, do “cacete”, “sabe”, se colocou em uma posição inferior, não como presidente da República, mas como gente mesmo. Se o álcool não lhe trava a língua nem o faz escolher palavras do seu enorme minidicionário, o que sabemos que o álcool não faz com ninguém, ainda assim existem os assessores, “aspones”, e toda a sorte de lacaios pagos a peso de ouro para vigiar e reparar o rei nudista, descuidado, impregnado de falsa santidade, que se acha um profeta sábio a dar lições de moral aprendidas no PCC a presidentes eleitos, como Barack Obama. Lula tem carreira, tem trajetória, tem currículo e folha corrida de safadezas verbais e não-verbais. A linguagem chula é a sua primeira natureza. Lula, o pele vermelha e calórica, é isso há muitos anos.”

A incontinência verbal (verborréia) de Jabor associa-se de maneira linear à sua vulgaridade intelectual, desmedida, que se expressa em rotundas bobagens cafonas como “sexo é uma selva de epiléticos” - que graciosamente Rita Lee musicou com uma melodia melosa e auto-plagiada fazendo de Jabor um "letrista", o que está longe de fazê-lo um letrado.

Sabe-se que Jabor é um homem de direita, embora no Brasil os direitistas finjam ataque cardíaco quando são revelados como verdadeiramente são. É de Jabor, por exemplo, a opinião de que o governo militar brasileiro deixou um legado de "bons" exemplos. Segundo ele, a "complexidade lenta da democracia está a nos trazer saudades do simplismo velho de guerra". Velha de guerra é a tortura praticada pela ditadura que lhe produz saudade, sr Jabor, a mesma que tirou a vida do jornalista Vladimir Herzog (1937-1975), assassinado covardemente na cadeia onde encontrava-se preso por "crime de opinião" (ou seja, por divergir da ditadura) e que perseguiu milhares de brasileiros (dentre os quais o atual presidente do país), enquanto o "cineasta" desfilava nos gabinetes públicos angariando e obtendo patrocínio oficial para suas películas esquecíveis.

Jabor não é apenas um direitista sem caráter; é um fracassado que ataca Lula porque vê nele um sucesso “imerecido”; pobres e trabalhadores foram feitos para sofrer e trabalhar. Governar é outra história. Afinal, um homem do povo, com uma linguagem inculta, ter a popularidade que Lula têm, ou a aprovação internacional que faz do presidente do Brasil uma das vozes mais ouvidas do mundo... Ah, isso tudo deve cansar a beleza de Jabor, o Bozo do Jornal da Globo, que com gestos delicados e ênfase de botequim verbaliza opiniões emprestadas de livros de auto-ajuda ou mesmo coletadas em pesquisas escolares encontradas nos mecanismos de busca da internet.

Cineasta apadrinhado dos governos militares, fracassado em sua profissão de origem, Jabor tem inveja e a inveja o cega. É o retrato de uma sub intelectualidade de direita que não encontra mais lugar no mundo, mas que permanece na mídia, esse anti-mundo que quer ser mundo transferindo sua opinião e preconceitos para o público, contaminando- nos com suas opiniões manufaturadas e de segunda-mão.


Não fosse a idiotice galopante evidente, o ódio de classe e o despeito ululante já desqualificariam Jabor por frases como a seguinte: “Pior do que imoral Lula é ilegal. Lula é um vício de origem. Os que dele se acercam devem saber disso. Se sabem, são viciadores também.”

Jabor deve entender bem de vícios e viciados. Viciou-se, ele próprio, no dinheiro fácil que ganha para ser o porta-voz da direita brasileira, lugar que ocupou quando Paulo Francis, outro dandi direitista, morreu em Nova Iorque - porque morrer no Brasil é muito tedioso.

O Bozo da Rede Globo - é incrível a semelhança com o conhecido palhaço - fala para sua tribo: as viúvas da ditadura, do governo entreguista do PSDB; a direita do ex-PFL, os que acham que todo esquerdista é terrorista e que todo operário é ignorante; os que querem acabar "com a raça" do PT. Imagine um partido inteiro de operários, de trabalhadores? Isso deve dar alergia em Jabor. É por isso que insiste em dizer que Lula está deixando o povo brasileiro com a sua cara, “a sua fuça, a sua carantonha vulgar e baixa”.

O preconceito não se disfarça, não se quer esconder, ele quer se escancarar, sair do armário, mostra-se nu: “A nossa tão propalada macunaimidade era regional, pontual. Com Lula ela virou instituição nacional permanente. Não é para isso que trabalha incansavelmente a Saúde/Educação do imoral Temporão e seu pênis pedagógico?”

Aqui, o anti-fálico fala do uso de pênis de borracha para ensinar jovens estudantes a utilizar a camisinha corretamente, com o intuito de prevenir a gravidez na adolescência, uma verdadeira epidemia nacional que, para Jabor, não existe ou se existe é “moral”. Jabor não gosta de pênis de borracha e atribui sua existência a Lula e a Temporão.

“O povo pode parecer com o Lula, mas ainda não é o Lula”, comemora Jabor. Eu diria que infelizmente o povo ainda não é Lula, mas será, porque caminha para ser protagonista, como Lula se tornou, saído da pobreza, da miséria, da vicissitude que Jabor nunca conheceu.
O povo, como Lula, ainda pode lavar a cara todas as manhãs, não para tirar “a sujeira”, como sugere mister Bozo, vendilhão de opinião, que babava o ovo de FHC e agora faz todas as críticas do mundo ao governo e ao Estado, como se o Brasil tivesse sido inaugurado por Lula e pelo governo do PT e todas as mazelas não existissem antes de 2002.

Sim, o povo lava a cara ao despertar de um novo país, que mesmo diante de uma crise internacional que joga a economia de gigantes no chão, sobrevive apontando para um crescimento econômico impensável em tempos amarelos.

Jabor na TV é só um reflexo de sua própria laia, seguindo a rotina irresponsável de agendar o governo, discriminar o movimento social (trata o MST como “marginal” e “bandido” e as guerrilhas de esquerda como “terroristas”) e vender a imagem de um país ingovernável, onde tudo de ruim é atribuído ao governo, a Lula, enfim, a “esses pobres que tomaram de assalto o país”.

Jabor é o “serial killer” do pensamento, com sua vulgaridade de orelha de livro e filosofia aprendida em livros como “A revolução dos campeões”.

É o personagem central de um tipo de jornalismo feito por leigos ignorantes, personagem central dessa quadra de desonra inaugurada na vênus platinada, núcleo central da baixeza da vida nacional e que quer ditar a política do país.

Jabor e seus lacaios pensam as instituições assim: o Parlamento, a Justiça, a Democracia, a Soberania Nacional, a Imprensa só prestam se pensarem exatamente como eles pensam. A marca autoritária é desse tamanho e contamina a inteligência nacional, comprometendo o seu futuro.

O comentarista fala em “honestidade” como um ladrão que é pego em flagrante. Afinal, é honesto não ler os números? É honesto esconder que a quantidade de brasileiros com ensino superior dobrou no governo Lula? É honesto esconder que a inclusão digital elevou em 200% o número de brasileiros com acesso á internet? É honesto menosprezar programas sociais abrangentes, como o Bolsa Família ou os avanços na área de saúde, como o controle da AIDs e o avanço das pesquisas com célula tronco? É honesto empanar os avanços reais do país nos últimos anos?

A honestidade de Jabor é querer transformar sua opinião vulgar e desprezível em orientação moral e normativa de um país inteiro. Afinal, ele deve estar mais certo que a maioria, a quem quer indicar o caminho, liderar, transformar seus 30 segundos de diarréia mental noturna em dogma máximo da direita no Brasil.

Lá no olimpo do retrocesso onde produz suas crônicas, Jabor pensa que somos todos idiotas, que não pensamos, que precisamos dele para orientar-nos no mundo. Somos todos cegos diante da luz de Jabor, o infame.

Tomado pela vaidade, o comentarista não vê seu pequeno lugar no mundo. Ele não é exemplar a não ser por seus fracassos. Não indica o caminho a não ser para os que, como ele, têm miolo mole e fingem que estão ouvindo em sua palavra frouxa uma orientação divina. O ex-cineasta fala para o espelho e, felizmente, não há uma legião dos infames a segui-lo; sua opinião é, cada dia que passa a opinião da marginalia minoritária, solitária, saudosa dos tempos em que o país vivia de joelhos para o FMI e, seguindo as orientações do Tio Sam, caminhava para o precipício.

Jabor se acha “pop” e “extravagante” . Mas é só uma nulidade, um pequeno fascista, incapaz de fazer de si exemplo do que quer que seja, algo que não seja a recorrência da doentia boçalidade da burguesia e da ignorância das velhas elites conservadoras.

Engana-se quem pensa que essa adesão ideológica é gratuita. Jabor não é demente ou um louco corajoso. Não amarraria em si uma bomba para justiçar o mundo. Jabor é tucano por adesão bancária. Suzana Villas Boas, esposa de Jabor, presta serviços ao governador e candidatíssimo José Serra (leia em http://quem. globo.com/ edic/100/ karen.htm) e, recentemente, realizou uma festa de pré-lançamento do tucano à sucessão de Lula. Até a revista "Veja" estranhou os festejos fora de hora, decrevendo o evento assim: "Quase 300 pessoas se reuniram na casa do cineasta Arnaldo Jabor e da produtora Suzana Villas Boas para uma festança: a comemoração de três meses – isso mesmo: três meses – do programa de televisão produzido por ela de um canal pago. No meio de tantos convidados que comeram, beberam e se esbaldaram na pista de dança até as 8 horas da manhã, um chamou a atenção: o candidato a presidente José Serra. "Ele foi porque é muito nosso amigo e é nosso vizinho de frente", diz Suzana, que, por coincidência, trabalha na campanha de Serra. "Até pretendo fazer uma festa para ele, mas esta não foi", garante a anfitriã. Que pareceu, pareceu."Serra é, para Jabor, o sabor do jabá de volta ao manjar do Alto de Pinheiros, bairro nobre paulistano onde se edifica a mansão jaboriana.

A festa inusitada realizada pelos globais e pela família dos produtores da campanha de Serra rendeu no site Observatório da Imprensa o seguinte comentário do jornalista Mário Augusto Jakobiskind: "que moral tem uma empresa jornalística como a Globo, que diariamente trabalha a notícia, de forma sofisticada ou não, sempre voltada para a defesa de um ideário que basicamente defende determinados interesses econômicos e políticos que favorecem a própria organização midiática? E esse respaldo se reflete também no apoio que presta a determinados políticos, sobretudo quando ocupam cargos executivos".

Posando de vestal na TV, na vida a parcialidade de Jabor é evidente. Quatro anos depois de criticar duramente o governo do presidente Lula pela compra do Airbus presidencial - que substituiu um avião que passava mais tempo em manutenção do que em uso - Jabor se esquivou de comentar a decisão da governadora do Rio Grande do Sul, a tucana Yeda Crusius, de também adquirir um jato para vôos internacionais.

Lula escreveu seu nome na história como um homem do povo que, por seus próprios méritos e pelo reconhecimento do papel do coletivo, colocou o país de pé e, definitivamente, na rota do desenvolvimento, distribuindo renda e incluindo socialmente milhões de brasileiros. Antes, dirigiu a construção do maior partido de esquerda do mundo ocidental, de uma das maiores centrais sindicais do mundo e fez de sua existência um exemplo para milhões de trabalhadores em todo o mundo. "Sim, nós podemos" não é o slogan de Obama. É a marca da existência do ex-metalúrgico que se tornou o presidente de maior aprovação popular de nossa história.

Jabor será lembrado talvez como o Bozo da Rede Globo, o bobo da corte, o que fala não o que lhe vêm a cabeça, sem medidas, como quer parecer, mas mimetiza o que a ideologia de seu meio, de sua classe, formula nos corredores escuros da periferia do poder, onde exalam seu milenar odor de enxofre. Sua fala sem regras se expressa não demonstra coragem, mas ignorância, uma vez que ignora que o Brasil, felizmente, é maior, mais complexo e mais importante que as instalações da emissora de Jacarepaguá que lhe empresta a voz.

O que ficará de Jabor é a afetação e seus textos precários e sem importância. Jabor é uma anedota viva, um sub-cineasta que faz de sua existência uma comédia ruim. Ao contrário do que pensa, Jabor não é o Lacerda do governo Lula. Aliás, sequer é jornalista.

É só o ventríloquo de suas próprias tripas. Quanto mais falam mal desta maneira do Lula , mais ‘Lula’ por teimosia eu fico.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Veja e PMDB - o moralismo miasmatico do porão

PT sempre 13!
Trabalho,Terra e Liberdade

LEITURAS DE VEJA

Jogadas de pirotecnia política
Por Luciano Martins Costa em 16/2/2009
Comentário para o programa radiofônico do OI, 16/2/2009


A revista Veja lançou seu candidato à vice-presidência da República em 2010. A entrevista com o senador peemedebista Jarbas Vasconcelos (edição 2100, de 18/2/2009) não sairia mais adequada à posição política adotada pela revista – e pela maioria da imprensa brasileira – se tivesse sido produzida pela assessoria de imprensa do próprio senador. Mas o resultado da operação, por enquanto, é nulo.

Apesar de algumas notas publicadas no fim de semana, aquilo que deveria ser uma jogada bombástica vai se diluindo na geléia geral da política, como diz nos jornais de segunda-feira (16) o outro ícone da moralidade, o senador Pedro Simon.

O que Jarbas Vasconcelos disse à Veja não constitui novidade [ver aqui, para assinantes]. A novidade é um senador dizer que a maioria dos integrantes do seu partido só pensa em ganhar dinheiro com a corrupção – e não ser expulso do partido. Pois, segundo os jornais de segunda-feira, o PMDB deve imaginar uma punição a Jarbas Vasconcelos mas não deverá lhe dar de presente a expulsão, que o colocaria no palanque para a eleição presidencial de 2010.

Até mesmo o senador Pedro Simon, tido como a grande reserva moral do partido, minimizou as declarações de Vasconcelos, dizendo que a corrupção está presente em outras agremiações, citando PT, PSDB, DEM, PPS e PTB. Eco dos rojões .Então, qual é a jogada?

O lance de Veja é apresentar Jarbas Vasconcelos como a última flor no lodaçal do PMDB, capaz de grudar o maior partido do Brasil a um projeto político diferente do atual governo.

Na resposta à última pergunta da entrevista, como se estivesse cumprindo o roteiro de sua assessoria de imprensa, o senador pernambucano afirma que não tem mais gosto de seguir disputando cargos na política, exceto se viesse a ser engajado na candidatura do governador de São Paulo, José Serra, à presidência da República.

Acontece que, isolado, ele pouco acrescentaria à candidatura da oposição. Aquilo que poderia ser uma bomba a rachar o PMDB acaba tendo um efeito nulo. Os líderes do partido, entre eles o presidente do Senado José Sarney, citado pessoalmente na Veja, se fingiram de mortos. E o próprio Jarbas Vasconcelos, procurado por jornalistas para especificar os casos de corrupção a que se referiu na entrevista, disse que não acrescentaria mais nada.

Para os leitores que se entusiasmaram com as declarações fortes do senador, fica apenas o eco dos rojões. Sem acusações concretas, fica a sensação de mais um factóide. Pirotecnia política.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

PPS se alia a PSDB

PT sempre 13!
Trabalho,Terra e Liberdade

fonte:http://www.viomundo .com.br/voce- escreve/altamiro -borges-roberto- freire-vira- aspone-de- kassab/

Altamiro Borges: Roberto Freire vira aspone de Kassab
Atualizado em 05 de fevereiro de 2009 às 16:31 | Publicado em 05 de fevereiro de 2009 às 16:29

por Altamiro Borges, em O Vermelho


Até Ricardo Noblat, colunista do jornal O Globo, registrou o fato curioso no seu blog, replicando um artigo de José Dirceu intitulado Roberto Freire recebe jetons da prefeitura. Ele informa que o ''presidente nacional do PPS, que posa e gosta de se apresentar como paladino da moralidade no país, recebe jetons no valor de R$ 12 mil mensais da prefeitura de São Paulo pela participação em dois conselhos municipais - Empresa Municipal de Urbanização (Emurb) e SP-Turismo.. . O conselheiro assina atas de reuniões a que não comparece, com o agravante de que é integrante da turma do falso moralismo, da turma dos gigolôs da ética alheia''



A denúncia apareceu primeiro no Jornal da Tarde, no final de janeiro, num texto de Fábio Leite. Ele revelou que Roberto Freire é uma das 58 pessoas beneficiadas pela política de contratação de ''conselheiros' ', implantada em 2005 na gestão do José Serra, atual governador e o presidenciável preferido das elites. Reeleito, o demo Gilberto Kassab, pau-mandado do tucano, manteve o jetom do chefão do PPS. O texto do JT afirma que esta ''bondade administrativa' ' visa acolher aliados e engordar os salários dos secretários municipais. Apesar da gravidade da denúncia, que lembra o tal ''mensalão'', as emissoras de televisão e os jornalões não fizeram qualquer alarde, outra prova de que a mídia está totalmente engajada no retorno do bloco liberal-conservador ao poder.

A formalidade da fusão PPS-PSDB

O ex-deputado federal e atual presidente do PPS tem sido muito paparicado por tucanos e demos. Desde o final dos anos 80, quando da desintegração do bloco soviético, ele acelerou sua guinada à direita, convertendo- se num apologista do capitalismo. Após implodir o antigo ''partidão'', ele virou líder do governo neoliberal de FHC e um expoente do projeto de privatização e desmonte do Estado. No governo Lula, tornou-se um raivoso opositor, posando de vestal da ética. Chegou a defender o impeachment do presidente, acusando-o de estar metido no escândalo do mensalão - logo ele que, ironicamente, recebe jetons da prefeitura paulistana e reside em Pernambuco.

Essa conversão direitista desidratou o PPS, partido que Roberto Freire comanda como um velho coronel. Nas eleições de 2008, este agrupamento híbrido sofreu as maiores baixas, perdendo 188 prefeituras e milhares de vereadores.

Diante do baque, Freire passou a defender a extinção do PPS e o seu ingresso no PSDB, vestindo de vez a roupagem tucana. Em novembro passado, José Serra fez o convite formal para a adesão, num jantar em Brasília oferecido à cúpula ''socialista' '. Ficou acertado que os dois partidos deverão se fundir até o final do primeiro semestre deste ano. ''O PPS conversa há muito tempo com o PSDB. Precisamos montar um agrupamento político forte para a era pós-Lula'', relatou, na ocasião, o deputado Nelson Proença, seguidor de Freire.

Escândalo e indignação nas bases

Segundo Pedro Venceslau, num artigo para revista Fórum intitulado ''tucanos de bico vermelho'', a fusão não terá maior impacto no mundo político. ''Na prática, não passa de mera formalidade. Desde a eleição de Lula, os dois partidos mantêm relação para lá de carnal. Indignam-se juntos e assinam notas, manifestos e repúdios, em geral ao lado do DEM, sempre que surge um gancho contra o governo federal''. Mas, com base nas sondagens do jornalista, a fusão deverá produzir abalos no interior do PPS. Setores que ainda se identificam com a esquerda estão muito inquietos com a perda total de autonomia da legenda que ainda conserva o ''socialismo' ' no nome.

A ex-candidata à prefeita do partido, Sonia Francine, já havia sido cooptada por Gilberto Kassab para a subprefeitura da Cidade Tiradentes. Agora, é o próprio Roberto Freire que vira aspone do prefeito demo. Se a mídia fosse isenta, o escândalo seria devastador. Afinal, os 58 ''conselheiros' ' causam um rombo de R$ 4,17 milhões aos cofres públicos. Os jetons elevam, de forma ilegal, os salários de 15 secretários municipais e bancam aliados políticos que nem sequer moram em São Paulo. Diante destas maracutaias, será difícil manter o falso discurso da ética. Os militantes mais sadios do PPS devem, realmente, ficar indignados. Do contrário, jogarão o seu passado no lixo.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Chefes de Estado discutiram crise com movimentos sociais no FSM

Fonte: Agência Petroleira de Notícias (www.apn.org.br)

O FSM chegoa ao fim e os presidentes do Paraguai, Fernando Lugo, e do Equador, Rafael Correa, foram as grandes atrações, em Belém, durante encontro com representantes dos movimentos sociais e sindicais, no Fórum Social Mundial, em Belém. Lugo e Correa cantaram músicas do cancioneiro latino-americano, arrancando aplausos da platéia. Também estavam presentes os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales

Os chefes de Estado debateram o tema Perspectivas da Integração Popular da América Latina com os movimentos sociais e sindicais. À noite, teriam um encontro também com a participação do presidente Lula. Da agenda do presidente brasileira consta, ainda, o painel América Latina e o Desafio da Crise Internacional.

Da reunião com os quatro chefes de Estado da América do Sul participaram movimentos sociais de todo o continente, que fazem parte da articulação Alba Movimientos, como Via Campesina, Jubileu Sul, ASC (Aliança Social Continental), Marcha Mundial das Mulheres, CTA (Central dos Trabalhadores Argentinos), CUT (Central Única dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil), Alai, Caoi, Fecoc, Compa, dentre outras.

Os militantes fizeram discursos de protestos contra o pacto social, em defesa do emprego, salário e direitos. Afirmaram, ainda, que são os patrões que devem pagar pela crise financeira. Eles apresentam uma extensa plataforma de exigências aos patrões e aos governos, o que inclui, entre outras, estabilidade no emprego, suspensão das dívidas nos financiamentos habitacionais populares, estatização, sem indenização e sob controle dos trabalhadores, de todas as empresas que demitirem em massa. Direitores do Sindipetro-RJ também participaram do evento. A 9ª edição do Fórum Social Mundial começou oficialmente ontem (28) e vai até domingo.


PT sempre 13!
Trabalho,Terra e Liberdade